Hikaru No Go
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15082010
Hikaru No Go
Novo lançamento da JBC, foi sucesso nos Estados Unidos e no Japão e possui um tema inusitado para os padrões do que costumamos a ver no ocidente: um jogo de tabuleiro milenar.
O mercado nacional de mangás está em um período bom recentemente, com muitos lançamentos e uma grande variedade de títulos. Com isso, algumas séries inusitadas e inexperadas acabam vindo para o Brasil, como por exemplo Hikaro no Go, com roteiro de Yumi Hotta e arte de Takeshi Obata. Sucesso nos EUA e no Japão, esse mangá Shounen trata-se de um jogo de tabuleiro, porém sem nenhum tipo de “efeito especial” para torna-lo mais chamativo como Yu-Gi-Oh! fez - sua proposta é popularizar o Go (o jogo propriamente dito) e ensinar suas regras, o que é cumprido com eficiência.
Não parece, mas Sai é um homem.
Não parece, mas Sai é um homem.
Hikaru no Go conta a história de Hikaru Shindou, personagem-título, um garoto de 12 anos que é preguiçoso e vai mau na escola. Ao encontrar um velho tabuleiro de go, acaba libertando o espírito de Fujiwara no Sai, um nobre da Era Heian, que se aloja em sua mente. Sai era o instrutor do imperador, porém foi enganado para que ganhasse fama de trapaceiro. Caindo em desgraça, acabou se suicidando e seu espírito ficou preso no tabuleiro. Sai tenta fazer com que Hikaru jogue, pois tem como objetivo atingir uma tática extraordinária conhecida como “Jogada de Deus”, porém o garoto odeia go, dizendo que é “coisa de velho”. Só que agora as emoções de Sai estão ligadas ao seu corpo, e se o espírito se chatear, Hikaru passa mau, o que faz com que ele jogue em troca de uma ajuda de Sai em seus deveres.
O principal, Hikaru Shindou
O que parece ser uma história entediante consegue se mostrar interessante, pois ao contrário do que pode parecer, suas cenas não são focadas nas jogadas de go, mas sim nos pensamentos e emoções dos personagens enquanto jogam, pois todos estranham que um iniciante possa do nada jogar tão bem (guiado por Sai, lógico) a ponto de derrotar o campeão infantil, por exemplo. A narrativa é ágil e sem enrolação, algo que estraga muitos mangás atualmente. Também há algumas tiradas cômicas com Hikaru e Sai, que passam por certos constrangimentos devido ao espírito começar a falar em uma hora em que Hikaru está distraído ou se espantando com o mundo moderno.
A arte de Takeshi Obata é, como sempre, excelente
Além disso, o traço de Takeshi Obata é um show a parte. Já conhecido no Brasil por sua contribuição em Death Note, sua arte não deixa nem um pouco a desejar, sendo que Hikaru no Go já vale apenas pelos desenhos em si.
Os principais problemas que podem ser notados em Hikaru no Go são sua própria temática, tão incomum para o público brasileiro, e o tratamento dado à edição brasileira pela Editora JBC. Em geral, o público brasileiro espera que mangás Shounen sejam cheios de ação e lutas, o que não é o caso de Hikaru no Go. Difícilmente acontece algo emocionante em uma história como essa, o que pode desagradar alguns leitores. A tradução também pode ser considerada ruim por alguns, pois apesar dos termos próprios do go (como “komoku” e “shido-go”) terem sido mantidos em japonês, termos como os sufixos de tratamento foram adaptados (por exemplo, “-sama” virou “venerável”) e algumas expressões foram traduzidas de forma que muitos irão considerar ridícula (Hikaru acaba chamando Sai de “gasparzinho” e “penadinho” em certas cenas). O preço também segue o padrão da JBC para volumes Tankobon (mesmo número de páginas que a edição japonesa), que é mais caro do que a maioria dos títulos de outras editoras.
Enfim, Hikaru no Go é um título que vale a pena ser conferido, não apenas por sua temática diferente do que costumamos a ver como também por sua arte. Não se deixem enganar pela sinopse, pois apesar de não haver muitas cenas realmente emocionantes, o mangá consegue prender a atenção do leitor com uma história cativante, além dos excelentes desenhos de Takeshi Obata que já valem a pena por si só.
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